ftp.abr
Associação Brasileira de Bares e Restaurantes
  • Notícias
  • Ceará cria 498 vagas intermitentes; comércio e serviço são setores mais beneficiados
  • Abrasel e Prazeres da Mesa promovem evento Brasa na Mesa em Brasília
  • Setor de serviços e comércio criaram 75% das vagas de trabalho intermitente e parcial após reforma trabalhista
  • Galeria de Fotos
  • Galeria de Vídeos
  • Na Mídia

  • Home
  • Conexão Abrasel
  • Notícias
  • Ceará cria 498 vagas intermitentes; comércio e serviço são setores mais beneficiados
  • Abrasel e Prazeres da Mesa promovem evento Brasa na Mesa em Brasília
  • Setor de serviços e comércio criaram 75% das vagas de trabalho intermitente e parcial após reforma trabalhista
  • Galeria de Fotos
  • Galeria de Vídeos
  • Na Mídia
  • Fale Conosco
  • Revista B&R

Fim da era dos food trucks expõe desafios da comida de rua

  • PUBLICADO EM: 16/01/2023
  • Tempo estimado de leitura: minuto(s).

Negócio tenta sobreviver à pandemia que trouxe home office, ensino à distância e inflação

Trailer de lanches The Dog, em Moema: comida de rua foi solução para empresário que perdeu renovação de lanchonete em parques da cidade. Foto: Divulgação

Fabrício Moreira, 37, trocou as porções de massa e estrogonofe pelo volante do Uno 2021. Já Márcio Silva, 51, optou por continuar preparando hambúrgueres –não mais sobre as quatro rodas dos caminhões Mercedes Benz que circulavam na capital paulista, mas em um ponto fixo em Pinheiros, zona oeste da cidade.

Nove anos depois de sancionada pelo então prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), em dezembro de 2013, a lei 15.947, que regulamenta a comida de rua na capital paulista, deixou de atrair empreendedores.

Apresentada como um grande incentivo para tirar vendedores ambulantes da informalidade e, ao mesmo tempo, trazer chefes de cozinha para as ruas da maior cidade do país, oferecendo versões acessíveis de pratos estrelados, a lei deixou a desejar ao inibir a livre circulação dos vendedores pela cidade.

Foi o que fez desaparecer da capital as centenas de caminhões de comida que começaram a circular por São Paulo ainda em 2013 (em 2019, somavam cerca de 600). Hoje eles são exceção nos bairros e podem ser encontrados na maior parte das vezes em eventos.

Ao mesmo tempo, a partir de 2020, a pandemia tirou das ruas parte dos 12,3 milhões de habitantes de São Paulo - muitos deles passaram a trabalhar em casa. Também parte dos estudantes universitários, que costumavam sair do trabalho direto para a aula ou vice-versa, agora estudam online.

Foi o que fez definhar no país um mercado estimado em 10% do total do setor de alimentação fora do lar, que hoje soma R$ 543 bilhões ao ano, segundo a Abia (Associação Brasileira da Indústria da Alimentação).

"Eu vendia cerca de 120 refeições por dia", diz Fabrício Moreira, que trabalhava ao lado do campus da Uninove na Barra Funda, zona oeste da capital paulista. "As aulas deveriam voltar depois do carnaval em 2020, mas nunca mais voltaram. Fui obrigado a parar", afirma Moreira, que trabalhava nas noites de segunda a sexta em um carrinho de massas. "O pessoal vinha do trabalho direto para a faculdade e jantava antes de ir para a aula."

Moreira faturava cerca de R$ 20 mil por mês com o carrinho, seu lucro girava em torno de R$ 5 mil mensais. Empregava uma assistente e contava com a ajuda da mãe e da irmã para preparar as refeições. Contava com um Termo de Permissão de Uso (TPU), as primeiras licenças para explorar a comida de rua concedidas pela prefeitura paulistana.

Hoje trabalha como motorista de aplicativo e consegue levantar R$ 3 mil ao mês, líquido. "Não volto mais para a rua", diz Moreira. "O movimento caiu em relação ao que era antes da pandemia. Na região onde eu trabalhava, não tem mais um fluxo que justifique voltar a colocar o negócio lá. E a prefeitura sempre implicava com a gente: tinha que ter outro TPU para colocar banco na calçada, não podia vender nada além do que estava especificado no termo, era muita burocracia."

Márcio Silva começou a trabalhar com food truck em 2013, pouco antes da legislação de comida de rua ser sancionada em São Paulo. Fez sucesso com dois trucks Buzina Burger, que atuavam nas regiões da Vila Madalena e do Itaim Bibi, bairros da zona oeste de São Paulo com vida noturna agitada. No caso do Itaim Bibi, a região também concentra escritórios e a avenida Faria Lima, centro do mercado financeiro da capital paulista.

"Muita gente está em home office, que é a antítese da comida de rua", diz Silva. Ele afirma ter percebido o recuo do mercado de food trucks ainda antes da pandemia. "O brasileiro não tem o costume da comida de rua, de comer em pé, quer ter pelo menos um banco para se sentar", diz.

"Também acha que, por ser de rua, a comida tem que ser muito mais barata do que a de uma lanchonete ou um restaurante", diz Silva. "Mas não é, se for feita com bons ingredientes, ela é apenas um pouco mais barata."

Depois de atingir uma venda de 3 mil sanduíches por mês, vendeu um dos trucks, em 2019, com a desaceleração do negócio. Em 2021, vendeu o segundo truck, já depois da pandemia. Tinha pago R$ 230 mil nos dois caminhões. Acabou vendendo os veículos por R$ 150 mil. Demitiu 12 funcionários. Hoje mantém a hamburgueria Buzina em Pinheiros, aberta em 2017.

"Estamos bem, vendendo cerca de 6 mil lanches por mês", diz. "Mas ainda temos dívidas contraídas na pandemia. Quero, no futuro, voltar a ter um truck, mas menor e só para trabalhar com eventos aos fins de semana", afirma Silva, que se sente culpado por ter incentivado, no passado, muitos empreendedores a tentaram a comida de rua.

Entre os anos de 2015 e 2018, ele estrelou o reality show "Food Truck – A Batalha", no canal GNT, ao lado de Adolf Schaefer, dono do Holy Pasta Food Truck. "O pessoal que continuou na rua está vendendo entre 40% e 60% menos", diz Silva.

SP recebe 30 pedidos diários de autorização para comida de rua

A prefeitura de São Paulo informou à Folha que o número de licenças para comida de rua voltou no último ano ao patamar pré-pandemia. "Estamos liberando entre 50 e 60 portarias de autorização por dia para venda na rua, sendo que metade disso é para alimentação", afirma Maria Albertina Afonso Henke, diretora do Programa Tô Legal da prefeitura de São Paulo.

Instituído em 2019, o Tô Legal procurou viabilizar a instalação do comércio ambulante em 70% das vias da cidade. No caso específico da comida de rua, funcionou como uma evolução em relação aos TPUs, diz Albertina.

"Enquanto os TPUs determinavam um local fixo para o permissionário, o Tô Legal, por meio das portarias de autorização, permite que o vendedor se cadastre para atuar em determinado local de 1 até 90 dias, podendo continuar no espaço em que está depois deste período ou escolher outro", afirma a executiva, destacando que todo o trâmite pode ser feito online, no site do programa.

A taxa para obter a licença varia de acordo com o valor da ‘quadra fiscal’ requerida, a mesma referência usada para o cálculo do IPTU. Mas a reportagem apurou que, em regiões centrais da cidade de São Paulo, a taxa gira em torno de R$ 900 para um período máximo de 90 dias, considerando seis dias por semana, por dois períodos (manhã, tarde, noite).

Considerando os dados do último dia 5 de janeiro, estavam em atividade 1.132 TPUs e 1.567 portarias de autorização para comida de rua em São Paulo, concedidas pela Secretaria Municipal das Subprefeituras. Os cinco comércios mais demandados são: lanches, espetinhos, pastel, bolos e biscoitos e cachorro-quente.

"Com a pandemia, os empreendedores de alimentação precisaram se reinventar, o que valeu também para os vendedores de comida de rua", diz Helena Andrade, gestora de projetos do Sebrae-SP. Segundo ela, muita gente que ficou desempregada acabou recorrendo à venda de alimentos, usando inclusive as redes redes sociais para tentar garantir clientela. "É uma evolução para quem antes só usava o panfleto", diz.

Helena lembra, no entanto, que as margens dos empreendedores de alimentação foram muito espremidas pela inflação dos alimentos e embalagens. "O crescimento do delivery, em sintonia com os novos hábitos de consumo, também tira um pedaço importante da receita dos empreendedores", diz. Em média, os aplicativos de entrega cobram 27% do valor bruto do produto.

Fonte: Folha de S.Paulo

Notícias Relacionadas

Fórum B&R traz conhecimentos estratégicos para empresários de bares e restaurantes

Novo regulamento do MTE: impactos para bares e restaurantes

Grandes empresas aderem ao Plano Nacional de Restauração da Abrasel

Fórum B&R mostra como enfrentar a escassez de mão de obra e reter funcionários

Comentários

Últimas Notícias

Fórum B&R traz conhecimentos estratégicos para empresários de bares e restaurantes

Novo regulamento do MTE: impactos para bares e restaurantes

Grandes empresas aderem ao Plano Nacional de Restauração da Abrasel

Fórum B&R mostra como enfrentar a escassez de mão de obra e reter funcionários

Bares e restaurantes esperam alta no faturamento no Dia das Mães de 2025

Salário em bares e restaurantes segue crescendo, mas contratação ainda é desafio

ABRASEL - Associação Brasileira de Bares e Restaurantes é uma organização de cunho associativo empresarial que tem como missão representar e desenvolver o setor de alimentação fora do lar (AFL), facilitando o empreender e melhorando a qualidade de vida no País.

MENU

  • Notícias
  • Ceará cria 498 vagas intermitentes; comércio e serviço são setores mais beneficiados
  • Abrasel e Prazeres da Mesa promovem evento Brasa na Mesa em Brasília
  • Setor de serviços e comércio criaram 75% das vagas de trabalho intermitente e parcial após reforma trabalhista
  • Galeria de Fotos
  • Galeria de Vídeos
  • Na Mídia

Endereço


Contato

Associe-se
Copyright © - Abrasel - Todos os direitos reservados